Tudo começou com a popularização do ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança). Com o tempo, ganharam destaque outros tipos de investimentos. Esse é o caso do investimento de impacto. Você sabe a que ele se refere?
Os investimentos de impacto têm a intencionalidade clara de gerar impacto social e/ou ambiental de forma mensurável, além do retorno financeiro.
O termo surgiu em 2010, quando foi citado pelo relatório da JP Morgan, “Impact Investments: an emergent asset class”.
Apesar de terem em comum o efeito socioambiental, o investimento de impacto e o ESG têm diferentes propósitos.
Enquanto o primeiro tem em seu core business encontrar uma solução para algum problema social ou ambiental, o ESG leva em conta os efeitos sociais, ambientais e de governança de qualquer negócio ou setor.
Entender o papel de cada tipo de capital e estratégia é importante para que o investidor tenha ideia do retorno e do impacto que pode esperar.
Investimento de impacto e a Agenda 2030
A tendência de investimento socioambiental vem se fortalecendo desde 2015, quando a ONU criou a Agenda 2030. Estima-se que de 3 a 4 trilhões de dólares por ano sejam direcionados para esta agenda nos países em desenvolvimento.
Mesclando as três dimensões do desenvolvimento sustentável – a econômica, a social e a ambiental -, na Agenda 2030 estão inseridos os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Dentre eles estão: erradicação da pobreza, saúde e bem-estar, inovação, cidades sustentáveis, entre outros.
Comumente usados como fundamentação sobre a relevância do desafio que os negócios de impacto buscam superar, a proposta é que esses objetivos sejam cumpridos numa jornada coletiva que una governos, sociedade civil, setor privado e cidadãos.
Onde está o investimento de impacto?
Os desafios socioambientais no Brasil apontam oportunidades de atuação de impacto em diversos setores, áreas geográficas e com diferentes perfis de retorno.
Assim, a possibilidade dos investimentos de impacto passa por diversos setores, dentre eles: educação, saúde, inclusão financeira e habitação. Neste último, as ações visam proporcionar melhores condições de moradia à população de baixa renda.
Investimento de impacto em números
Em 2017, um estudo da FGV com foco nos negócios de impacto social no Brasil identificou que, apesar do ecossistema recente, o país apresentava um ritmo acelerado de crescimento.
Dois anos mais tarde, a constatação foi comprovada pelo relatório ‘Investimento de Impacto na América Latina’, da Aspen Network of Development Entrepreneurs (Ande). Os dados mostraram que, ao final de 2019, havia US$ 785 milhões em capital alocado no setor, ante US$ 343 milhões em 2017. Além disso, o volume de transações no país saltou de 69, nos anos de 2016 e 2017, para 107 entre 2019 e 2020. Apesar dos números motivadores, dados recentes da terceira edição do Mapa de Negócios de Impacto, elaborado pela Pepi Labo, revelam uma fragilidade da modalidade. Analisando os últimos 6 anos – data quando foi realizado o primeiro mapeamento – a conclusão é que ainda existe um número considerável de negócios de impacto sem formalização e sem receita.
Para eles, o acesso a recursos financeiros no início da jornada se mantém um desafio, por isso têm dificuldade de viabilizar um modelo de negócio sustentável para atender o setor.
Ecossistema de impacto amplia oportunidades
Se você pretende iniciar um investimento de impacto, lembre-se que quanto maior a interação com o ecossistema, maior a evolução deste tipo de empreendedorismo. Afinal, é preciso conhecer os atores, o ambiente e outras peculiaridades para prosperar.
De fato, a atuação em ecossistema presente no contexto das startups tem muito a acrescentar a esse cenário.
Por outro lado, organizações de desenvolvimento dos negócios, como aceleradoras e incubadoras, têm papel fundamental para prepará-las para crescer e receber os investimentos de risco.
Isso nos leva a concluir que conectar investidores a esses players representa uma grande possibilidade de crescimento para o ecossistema de impacto social.
Essa é a frente que a HousingPact vem atuando. O Hub é uma iniciativa de impacto social cujo princípio é criar uma rede para desenvolver e fomentar startups, empresas, produtos e serviços ligados ao setor de habitação.
Cidades sustentáveis
Identificar soluções inovadoras para resolver problemas específicos da experiência de moradia às pessoas das classes C e D por meio da venda de produtos e serviços adequados e acessíveis é o objetivo do HousingPact.
Paralelo a ele, está o ODS 11 da Agenda 2030, que preconiza “tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”.
Um caminho de oportunidades que depende de visão estratégica, amor ao próximo e coletividade para prosperar.
Você está pronto para esse impacto?